Patrícia se dedica ao projeto há dois anos; agora, ela também ará a recriar aréolas. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)
Zuleika Oliveira, 65 anos, hoje exibe seu cabelo bem cortado, com design super moderno.
Mas, nem sempre foi assim. Há 15 anos, depois de receber a visita de uma amiga mineira que havia enfrentado o câncer de mama e precisou ar pela mastectomia – a retirada da mama -, Zuleika resolveu se tocar. Apalpando as mamas, ela sentiu um pequeno caroço no seio direito.
“Eu fui ao médico e depois realizei a punção. O resultado foi inconclusivo. Eu entrei na sala cirúrgica sem saber se quando eu acordasse eu estaria com ou sem meu seio direito”, lembra Zuleika.
Quando retornou da anestesia, Zuleika já estava sem a mama. “Era câncer, né?”, foi o que perguntou ao marido.
De acordo com o Inca, o câncer de mama é diagnosticado, em 65% dos casos, depois das mulheres realizarem a apalpação dos seios de forma ocasional. Essa prática também colabora para o diagnóstico precoce, que contribui e muito no tratamento.
Ela precisou encarar ainda sessões de rádio e quimioterapia e realizou o esvaziamento axilar, que mais tarde causou tensão no ombro e dores crônicas.
“Não houve tempo para me questionar ‘por que comigo?’. Ainda há muito estigma sobre o diagnóstico do câncer, por isso, a maior parte do tempo eu precisava consolar minhas filhas e marido que estavam com medo de perder a mãe e a esposa”.
Para Zuleika, é preciso ter resiliência. Não são apenas as questões familiares, mas como a mulher se sente com ela mesma também.
No caso dela, já sem pelos, a saída para se sentir mais bonita foi investir em órios e maquiagem.
“Perucas me davam alergia e os lenços escorregavam na cabeça, então eu caprichava na maquiagem e apostava em brincos grandes”.
Se sentir mais bonita talvez seja o que as mulheres que enfrentaram o câncer de mama mais precisem, especialmente durante o tratamento que Zuleika confirma como “a pior parte desde o diagnóstico”.
Elas se ajudam
Em um congresso de micropigmentadores, Patrícia Toledo, profissional que atua em Jarinu, também entendeu isso.
Motivada a levar mais autoconfiança, empoderamento e autoestima a mulheres, sozinha, Patrícia ou a oferecer, gratuitamente, sobrancelhas por micropigmentação – uma espécie de tatuagem – para mulheres que haviam enfrentado o câncer, especialmente o de mama.
Por meio deste projeto, que completa dois anos de existência, 15 mulheres já recuperaram sua autoestima através do trabalho da dermapigmentadora. “Eu tiro o meu dia para elas. Normalmente, abro o salão de segunda-feira e o o meu dia de folga as atendendo”, explica.
Mais recentemente, Patrícia ou por uma nova especialização e começará a recriar aréolas para quem enfrentou a mastectomia e já tem autorização médica para o procedimento. Zuleika será sua primeira cliente.
Depois de 15 anos, Zuleika (deitada) terá uma aréola desenhada no seio reconstruído. (Foto: Larissa Knupp/Tribuna de Jundiaí)
“Depois de alguns anos, quando já tive alta, eu optei por fazer a reconstrução do seio. Como era muito magra, foi retirado o meu músculo reto-abdominal para simular a consistência da mama. Hoje, eu tenho o formato do seio, mas ainda sem aréola”, conta Zuleika.
“Achei que eu nunca mais conseguiria ter força no abdômen por conta disso, mas Deus é tão sábio e a vida é tão boa que consegui fortalecer o meu músculo oblíquo”, relata.
Com essa mesma gratidão, Zuleika inspira e fortalece outras mulheres que atualmente enfrentam o câncer de mama.
Idealizadora do grupo “Santocha”, de Jarinu, entre as atividades de apoio e bate-papo, ela também confecciona e doa materiais que simulam o formato de um seio para que, enquanto a reconstrução não aconteça, as mulheres se sintam confortáveis em utilizar roupas mais justas.
“Essa é a minha missão. Se eu estou viva hoje é para ajudar as pessoas”. Às vésperas de recriar a aréola, Zuleika faz questão de deixar claro que “o câncer é um desafio, não uma desgraça”.
“É possível voltar a ser quem se era e digo mais, ser ainda melhor. Depois de enfrentar a doença, você sai mais fortalecida”.
Assim como ela, Patrícia também acredita na recuperação e é otimista. “Eu faço o que eu amo. É muito bom ver a cliente levantar da maca com os olhos brilhando e se sentindo uma outra mulher. Parece que a vida está de volta”.
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