O presidente do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, entregou na sexta-feira (13), em Jundiaí (SP), um documento com sugestões para a reindustrialização do Brasil ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. A entrega ocorreu durante a Reunião Itinerante da Diretoria do CIESP, que teve Alckmin como convidado especial.

Intitulado ‘Superar o Custo Brasil: Agenda Urgente para Reindustrializar o País‘, o documento aborda oito eixos estratégicos: tributação, juros, logística e infraestrutura, energias e matérias-primas, comércio externo, plataformas digitais, pirataria e um comparativo com o cenário industrial do México.

Custo Brasil é desafio central

Durante a abertura do encontro, Cervone destacou os impactos negativos do chamado Custo Brasil, termo que descreve os fatores que encarecem a produção no país, como carga tributária elevada, juros altos, energia cara e gargalos logísticos.

Segundo ele, entre 2008 e 2022, esses custos provocaram um sobrepreço de 24,1% nos produtos brasileiros em relação aos principais parceiros comerciais. “A tributação sozinha responde por 12% de aumento de preço para nós, da indústria. Cerca de 40% da carga tributária está nas nossas costas, é muita carga em cima de um só e se matarem este parceiro, não há outro [parceiro] para buscar, é por isso que temos que fortalecer a indústria”, afirmou Cervone.

“Eu acho que nós temos que ter muita ousadia nesse momento, coragem. O Brasil é muito ivo nas coisas. Enquanto isso, os nossos concorrentes no mundo inteiro avançam rapidamente”.

Alckmin defende reforma tributária e inovação

Em sua fala, Geraldo Alckmin reforçou que a reforma tributária trará ganhos de “eficiência econômica” e será fundamental para desonerar as exportações, promovendo justiça fiscal com o setor industrial. “Indústria que exporta muda de patamar. Alguns tipos de indústria sem exportar não sobrevivem, pois o mercado interno é insuficiente”, pontuou o vice-presidente.

Alckmin também ressaltou que o Brasil “ficou caro sem ter ficado rico” e que é necessário reduzir gastos para melhorar a competitividade. Ele explicou que o Reintegra — Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras — foi criado com foco inicial nas micro e pequenas empresas, que terão direito à devolução de impostos ao exportar.

“O impacto seria de R$ 20 bilhões se o benefício fosse estendido a empresas de todos os portes”, justificou.

O vice-presidente ainda defendeu a inovação orientada às demandas do mercado e o fortalecimento de uma indústria verde e sustentável como caminhos para alavancar as exportações brasileiras.

 

 

 

 

 

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Reunião com o Banco do Brasil

Durante o evento, ficou acordado que, a pedido do CIESP, Alckmin vai agendar uma reunião com o Banco do Brasil para tratar de melhorias no o a crédito para micro, pequenas e médias empresas. A pauta está alinhada ao Nova Indústria Brasil (NIB), programa federal lançado em 2024 com foco em seis missões estratégicas, entre elas o fortalecimento das cadeias agroindustriais.

Destaque para a força industrial de Jundiaí

Representando a unidade regional do CIESP, Marcelo Cereser destacou o peso da indústria na região de Jundiaí, composta por 11 municípios e 2.887 indústrias. O número representa 6,45% do PIB paulista. “Esses números demonstram a relevância da indústria como vetor de crescimento econômico e, sobretudo, como agente de geração de oportunidades e inclusão social”, afirmou.

“Esse desempenho só é possível graças à força do associativismo, ao diálogo permanente com o poder público, e à colaboração com instituições estratégicas como o SENAI-SP e o SESI-SP”.

Reconhecimento ao talento jovem

Durante o encontro, alunos do Sesi e do Senai que se destacaram em aprovações para universidades estrangeiras e em competições de robótica foram homenageados. Entre as autoridades presentes estavam o vice-prefeito de Jundiaí, Ricardo Benassi, e o presidente da Câmara Municipal, vereador Edicarlos Vieira.

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