O estudante de Relações Públicas da PUC-Campinas, Gabriel Domiciano, natural de Jundiaí (SP), relatou um caso de racismo que teria sofrido dentro do campus da instituição na última quarta-feira (14). Em vídeo publicado nas redes sociais, ele contou que foi seguido por seguranças até a sala de aula, onde teve que comprovar que realmente era aluno da universidade.

Gabriel relata que chegou à PUC-Campinas no segundo horário, já que sua aula começa às 21h05. Ele percebeu que estava sendo observado e seguido por seguranças ao atravessar o estacionamento. Ao se dirigir ao banheiro, os profissionais o aguardaram na saída e, em seguida, perguntaram o que ele estava fazendo ali.

O estudante afirmou que, diante da suspeita, os seguranças o acompanhassem até a sala onde teria aula naquela noite. “Abri a porta, chamei meu professor e falei: ‘tem duas pessoas aqui querendo saber se eu sou aluno da faculdade’”, contou Gabriel.

Reação da turma e do professor

De acordo com o relato, o professor prontamente confirmou que Gabriel é, de fato, aluno da universidade e ainda questionou os nomes dos seguranças envolvidos. Eles teriam respondido que o procedimento é padrão e realizado com todos os alunos.

Ainda assim, Gabriel fez um desabafo em voz alta para toda a sala: “Como estava de frente para a sala inteira, [aproveitei] para perguntar para todo mundo: ‘alguém aqui já ou por isso? Alguém aqui já foi perguntado se é aluno da faculdade por esses guardas?’ E ninguém havia sido perguntado”, revelou no vídeo.

Crise de ansiedade e pedido por justiça

O estudante disse ter sofrido uma crise de ansiedade após o episódio e reforçou que vai buscar por justiça. “Casos como esse não podem acontecer novamente”, destacou. Assista o pedido na íntegra no vídeo abaixo:

 

 

 

 

 

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Posição da universidade

Em nota ao Tribuna de Jundiaí, a PUC-Campinas informa que o caso está sendo apurado e que não compactua com qualquer ato de racismo. Leia na íntegra:

“A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) informa que o caso será rigorosamente apurado pela Instituição e que será instaurada uma sindicância para a devida investigação dos fatos e apuração de responsabilidades.

A PUC-Campinas repudia veementemente qualquer ato ou manifestação de racismo e discriminação. Nossa Instituição preza por um ambiente acadêmico inclusivo, plural e de respeito mútuo.

Ressaltamos que a Universidade conta com o Centro de Estudos Africanos e Afro-brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro, que está acompanhando o caso e prestando todo o e necessário. Este Centro é fundamental em nossas ações contínuas de promoção da igualdade racial e combate ao racismo.

A PUC-Campinas reafirma seu compromisso com a justiça, a igualdade e a construção de uma sociedade antirracista”.

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